A secretária especial da Cultura, Regina Duarte, se viu centro de uma grande polêmica em meio a repercussão de entrevista concedida a CNN Brasil. Durante o bate-papo com o jornalista Daniel Adjuto, Regina Duarte chamou a atenção em alguns trechos por minimizar as mortes durante o período de ditadura, fazer apologia ao regime militar cantando hino da Copa de 70 e depois em um “chilique”, como ela mesma se referiu, reagir negativamente a vídeo de Maitê Proença.
A entrevista começou justamente com um elogio de Regina Duarte a CNN por, segundo ela mesma, ser uma emissora que preza pela democracia ao viabilizar debates entre os dois lados ideológicos. No entanto, conforme o diálogo avançou, Duarte se recusou a prosseguir respondendo perguntas e encerrou a entrevista.
Nas redes socais, as declarações da secretária da Cultura não pegaram bem e muitos membros da comunidade artística criticaram o posicionamento da atriz. “Me da medo”, declarou a cantora Anitta em sue Instagram. “Que horror”, resumiu Miguel Falabella. “Que triste”, desabafou Alessandra Negrini.
Outros foram mais diretos e agressivos. “A Regina enlouqueceu. Que se pode fazer?”, questionou a também atriz Vera Fischer. Mel Lisboa classificou a entrevista como uma vergonha, enquanto Luisa Arraes classificou a situação como “fim do mundo”. Zezé Motta, Ivam Cabral, Débora Bloch, Beth Goulart, Tonico Pereira, Bruno Gagliasso, Alice Wegmann, Walcyr Carrasco e outros se manifestaram em repúdio ao posicionamento de Regina Duarte.
A irritação com Maitê Proença foi apenas a gota d’água para que a entrevista se tornasse insustentável. Por volta de 14 minutos de conversa, a apresentadora Daniela Lima introduz pela primeira vez o assunto acerca da cobrança por vários artistas por manifestações do governo a respeito da morte de grandes nomes da cultura brasileira. A secretária não pareceu muito a vontade.
No vídeo enviado ao canal, Maitê cobrava políticas da pasta que pudessem auxiliar milhares artistas que, segundo suas próprias palavras, não possuem reservas financeiras e sofrem com a falta de emprego em meio a pandemia. Duarte se irritou particularmente por achar que o vídeo era antigo e não concordar com a menção, feita dessa vez por Proença, a Rubem Fonseca e Aldir Blanc, em referência a morte de grandes nomes da cultura brasileira que não tiveram nenhum comentário oficial do governo.
Outro momento delicado foi quando Regina Duarte criticou quem cobra o governo sobre acontecimentos das décadas de 60, 70 e 80 e cantou o tema da Copa de 70, que foi uma das propagandas do regime militar. Daniel Adjunto então mencionou a ditadura e afirmou que muita gente foi morta, ao que Regina Duarte respondeu afirmando que vida e morte andam juntas. A secretária critica duramente a ideia de “arrastar caixões”.