O dia de ontem foi cheio no prédio da superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. A chegada de Sérgio Moro para depor na investigação contra si próprio e o presidente Jair Bolsonaro foi tumultuada. Na porta do prédio, um grupo bolsonarista e um grupo pró-moro entraram em conflito e alguns membros destes grupos tentaram agredir jornalistas.
Agentes da própria polícia federal e polícia militar precisaram agir para manter a ordem, fazendo um cordão de isolamento entre os manifestantes e a entrada do prédio, mantendo jornalistas longe dos mais exaltados. Alguns jornalistas tiveram seu equipamento atacado, um cinegrafista quase ficou sem sua câmera, depois que um manifestante tentou derruba-la.
Robson Silva, cinegrafista da RIC TV, afiliada da Record, foi confundido com um repórter da rede Globo e atacado. “Acho que ele [o agressor pensou que estava ao vivo”, comentou, “o cara veio pra cima falando que eu era da globo lixo, globo tal”. Robson foi amparado por colegas e o homem foi controlado por policiais.
DEPOIMENTO DO EX-MINISTRO
Sérgio Moro ficou pouco mais de 11 horas no local, onde prestou depoimento por pouco mais de 8 horas. Segundo diversos canais de notícia, Moro apresentou documentos que sustentam suas afirmações e provam que Bolsonaro cometeu crimes. Sobre o depoimento, nem Sergio Moro falou com a imprensa, nem Jair Bolsonaro replicou.
Moro esteve acompanhado de três Procuradores da República – Antonio Morimoto, Hebert Reis Mesquita e João Paulo Lordelo. Além deles, também estava presente a chefe do Sinq (Serviço de Inquéritos Especiais), delegada Cristiane Correa Machado, e outros dois delegados cujos nomes não foram divulgados. Ao seu lado, ainda estavam dois assessores e o advogado Rodrigo Sanchez Rios.
Para driblar manifestantes que se colocaram na porta do prédio, o ex-ministro entrou pela porta dos fundos. Ainda não foram divulgados mais detalhes sobre o depoimento, mas é certo que Sérgio Moro não recuou em suas duras afirmações contra o presidente Jair Bolsonaro.