Nesta semana, a loja Zara, do Shopping Iguatemi, em Fortaleza, se viu em grande polêmica. O estabelecimento está sendo acusado de racismo após uma funcionária barrar a entrada de uma cliente negra. Acontece que a cliente é delegada da Polícia Civil.
Ainda assim, Ana Paula Barroso relata que não interpretou toda a situação como racismo enquanto estava no local. Ela relata que apenas depois de conversar com amigos, e com o relatório da segurança do shopping em mãos, é que decidiu abrir o boletim de ocorrência.
“É um comportamento tão velado, tão sutil, que é difícil de perceber no momento. É tão impactante que, sozinha, você não consegue ser combativa na hora que acontece“, afirmou.
Ana Paula foi impedida de entrar na loja sob alegação de “questão de segurança”. A loja afirma que a delegada não pôde entrar no estabelecimento porque estava tomando sorvete e, por isso, não fazia o uso correto da máscara de segurança.
No entanto, a mesma empresa se recusou três vezes a entregar as imagens do circuito interno da loja. Depois do registro da ocorrência, a polícia conseguiu um mandado de busca e teve acesso as imagens. Agora o caso continuará a ser investigado.
“É um dissabor, um trauma, gera cansaço, mas vou levar até o fim“, desabafa a delegada. “Por que o racismo muitas vezes não é verbalizado, a pessoa não diz que você não vai entrar porque é negra“, lamenta.
Ana Paula é delegada, mas está participando das investigações apenas como denunciante civil e outra delegada assumiu o caso. Além das câmeras de segurança, as investigações vão analisar também o relato de testemunhas.