Documentos sugerem superfaturamento de vacina indiana e Governo Bolsonaro pode ser investigado

Se provado, o caso pode ser o maior escândalo do governo Bolsonaro.

O jornal Estado de S. Paulo revelou documentos comprometedores do Ministério de Relações Exteriores. Segundo o que sugerem os documentos, o governo brasileiro pagou cerca de 1000% mais pelas vacinas indianas, Covaxin, do que o preço de mercado.

Se provado, o caso pode ser o maior escândalo de corrupção do governo Bolsonaro e um complicador também para o imbróglio envolvendo a compra de doses da Pfizer. O governo afirma que não comprou imediatamente as vacinas Pfizer porque estavam a um preço impraticável, mas pagou mais pelas doses indianas da covaxin.

ENTENDA O CASO

Os documentos obtidos exclusivamente pelo jornal Estado de S. Paulo mostram que a Bharat Biotech, fabricante das vacinas, estabeleceu o preço de US$ 1,34 por cada dose da vacina. O valor é o menor praticado entre todas as fabricantes. A Pfizer chegou a cobrar US$50,00 de vários países e esteve disposta a vender, para o Brasil, por US$10,00.

Por questões de preço, fazia sentido que o Brasil desse prioridade as vacinas indianas, que custariam cerca de R$7,20 no valor de mercado. No entanto, o Brasil pagou US$15 por cada dose da vacina indiana, US$5 a mais do que teria pago à Pfizer.

Na prática, o governo brasileiro pagou R$ 80,70 por uma vacina que custava R$7,20. Agora, o TCU deve investigar para onde foram os R$73,5 excedentes da negociação, se de fato foram entregues a Bharat Biotech e, se sim, o porquê.

Outro ponto importante da investigação deve ser averiguar o papel da empresa Precisa Medicamentos, que intermediou a compra da Covaxin. Chama também a atenção que a ordem de compra da Covaxin tenha partido diretamente do presidente Bolsonaro.

O Governo também levou menos tempo para negociar com a Bharat Biotech do que com as demais fabricantes, apenas 3 meses. Em outros casos, como Pfizer e Sputnik, o governo se ausentou das negociações por meses.

A CPI da Covid determinou a quebra de sigilo bancário, telefônico e fiscal de um dos sócios da Precisa Medicamentos.

Escrito por

Roberta R

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