Em maio do ano passado, a idosa Maria Ruiz Vertuan se tornou notícia no país com sua ideia simples, mas de grande exemplo de solidariedade. Ela trabalhava como costureira e viu, na pandemia, uma oportunidade de ajudar o próximo.
O filho, Carlos Roberto Vertuan, de 46 anos, conta que a mãe sempre foi muito gentil e gostava de ajudar os outros. “Minha mãe sempre teve bom coração, sempre ajudou as pessoas”, conta. Maria faleceu, aos 72 anos, vítima da covid-19.
Ela se tornou bastante conhecida com sua ideia de fazer um varal solidário. A ideia era simples: ela confeccionava as máscaras e as colocava a disposição de quem quisesse, em um varal simples, preso no portão de casa.
Carlos teve covid-19 no ano passado, em novembro, mas cumpriu a quarentena em casa e não teve sintomas. Ele era vizinho da mãe e conta que dona Maria estava empolgada com a chegada da vacina, já planejando o que faria quando estivesse vacinada.
“Ela sempre falava da vacina, agora que começou a chegar ela estava esperançosa”, se lembra. O filho conta ainda que a mãe conversava com as netas, sempre falando da vacina e demonstrando animação com aquilo que pretendia fazer, assim que fosse seguro.
VARAL CONTRA A DEPRESSÃO
Ainda no ano passado, dona Maria falou com o G1 e revelou que encontrou na ação solidária uma forma de se sentir útil, o que ajudou no combate a depressão que sofria e vinha se agravando. A idosa contou ainda que trabalhava como costureira desde os 12 anos e não lidava bem com o sentimento de não estar sendo “útil”.
Carlos revelou que a mãe produziu as máscaras por um bom tempo, mas acabou se revoltando com a atitude de algumas pessoas. Segundo ele, carros de luxo encostavam na frente da casa e os ocupantes coletavam todas as máscaras disponíveis no varal, mesmo sem precisar.