São poucos os gêmeos siameses no mundo, pois a maioria é natimorto ou então morre pouco depois do parto, mas há exceções, como aconteceu com Marieme e Ndeye. As meninas nasceram no Senegal e precisaram se mudar com o pai para Cardiff, no Reino Unido.
Ibrahima Ndiaye, pai das crianças, precisou abandonar seu trabalho, sua casa, para morar em abrigo e passou a depender das doações de estranhos para sobreviver, enquanto buscava uma solução para o caso das filhas.
O problema é que o coração de Marieme era muito frágil e ela poderia morrer a qualquer momento. Se isso acontecesse, a irmã dela também morreria. Acabou sobrando para o pai delas a mais difícil decisão.
Ele se viu diante de uma difícil decisão: autorizar que os médicos separassem suas filhas, sendo que isto colocaria a vida de ambas em risco, mas principalmente a de Marieme, que é a mais frágil. Se ele não autorizasse a cirurgia, as duas filhas poderiam morrer juntas.
Em Dacar, Ibrahima tinha uma vida tranquila, vários projetos bem-sucedidos e contava com uma boa renda financeira. Ele tinha duas filhas adolescentes, do primeiro casamento, e viu sua vida mudar completamente com a gravidez da segunda esposa.
Os exames mostravam uma menina, mas vieram gêmeas siamesas. O pai esperava que elas pudessem ser separadas facilmente, mas a situação era muito complicada.
Ele buscou os melhores tratamentos, os melhores médicos e, quando viu que precisaria decidir entre salvar uma e deixar a outra morrer, resolveu deixar as filhas unidas.
Mesmo sabendo que a morte de uma afetaria a outra, Ibrahima não conseguiu escolher uma das filhas e o hospital respeitou sua decisão.