Moradores da região de Bento Rodrigues, um dos distritos que foi completamente varrido pela lama da Samarco, na tragédia de 2015, ainda enfrentam o drama de não ter suas casas de volta. As obras ainda estão longe de ser finalizadas.
Além de Bento Rodrigues, onde cerca de 210 famílias esperam reassentamento, o distrito de Paracatu de Baixo também foi atingido. Por lá, são cerca de 100 famílias esperando pelas obras, que ainda não começaram.
Agora, moradores revelam apreensão em relação a conclusão das obras, que ainda estão longe de terminar. Por conta da pandemia de coronavírus, as obras foram suspensas e a retomada está lenta, o que preocupa moradores.
Obras em Bento Rodrigues seguem lentas. / fonte: G1
Um comerciante local, Mauro Marcos da Silva, 51, desabafa sobre o andamento das obras. O pai do comerciante, 87, também espera ter sua casa reconstruída. Ao longo desses 5 anos, o idoso sofreu de depressão profunda, teve três infartos e um AVC isquêmico.
Mauro desabafa sobre os efeitos colaterais da tragédia, que não são considerados no processo e lembra de um aborto sofrido por uma das vítimas da tragédia. “Várias pessoas foram perdendo a vida neste tempo”, desabafa.
Somando os distritos, são mais de 300 famílias que ainda esperam para retomar a vida, a “normalidade” ou tanto dela quanto for possível.
A primeira decisão da Justiça brasileira determinava que as empresas Vale e BHP Billiton, donas da Samarco, tinham até agosto deste ano, 2020, para entregar a conclusão das obras. O prazo foi estendido para fevereiro de 2021, mas moradores duvidam que esse prazo será cumprido.
Há ainda um processo judicial correndo na Inglaterra, país de origem da empresa BHP Billiton, cujo resultado é aguardado com ansiedade pelos afetados.
