Cloroquina pode ser pivô de desgaste entre Bolsonaro e Nelson Teich como ministro

Em nova conversa com jornalistas, Bolsonaro afirmou que espera ministros mais “afinados” e lembrou que são todos indicações políticas dele.

Apesar da postura do novo ministro da saúde ter sido vista, desde o começo, mais alinhada aos interesses do governo, novas declarações de Nelson Teich tem causado um clima de tensão, pelo menos para quem observa. Em nova conversa com jornalistas, Bolsonaro afirmou que espera ministros mais “afinados” e lembrou que são todos indicações políticas dele.

A declaração vem depois de uma publicação do ministro, no twitter, que pode ter causado tensão. Pela rede social, Teich defendeu o uso da cloroquina mais ressaltou que é um medicamento que deve ser usado por médicos com cuidado. A declaração vem no mesmo período em que Bolsonaro sinaliza interesse em ampliar o uso da droga no combate ao covid-19.

A publicação não esta mais disponível no perfil do ministro, mas ficou tempo suficiente para que veículos de comunicação capturassem a tela. Na publicação, Teich defende que os pacientes que concordarem com o uso da cloroquina devem assinar termo de consentimento, levando em conta os riscos de efeitos colaterais com a droga.

Bolsonaro afirmou, na saída do Palácio da Alvorada, que ainda vai conversar com o ministro sobre a possibilidade de modificar o protocolo do uso do medicamento. Atualmente, a droga é usada apenas em casos específicos e é necessário que o paciente assine consentimento, sabendo dos riscos. O presidente tem interesse que o medicamento seja usado mais precocemente.

Na contramão do que defende Bolsonaro, no entanto, estudos apontam que o uso da cloroquina não é efetivo no combate ao coronavírus. Essa possibilidade surgiu semanas atrás inicialmente com falas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Seguindo o exemplo do chefe de estado estadunidense, Bolsonaro começou uma defesa do medicamento desde o início da pandemia e segue insistindo nisso.

Pelo menos dois grandes estudos internacionais negam a eficácia do medicamento em casos de covid-19. Somado a isso, estão os riscos colaterais que o medicamento possui. Levando essas informações em conta, muitas agências e instituições de saúde internacionais alertam sobre o perigo do uso do medicamento.

Escrito por

Roberta R

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