Na última semana, o jovem Matheus Fernandes Blondi, 18, foi agressivamente abordado em um shopping na Ilha do Governador, Rio de Janeiro. O jovem, que é entregador de aplicativo, estava tentando trocar um relógio que havia comprado de presente para o pai.
O caso ganhou repercussão através de um vídeo, feito por um cliente do shopping, que acabou viralizando nas redes sociais. A denúncia foi formalizada na delegacia e um inquérito foi aberto para investigar o caso. Foi exatamente uma descoberta da polícia que mudou o curso das investigações.
Desde o começo, Matheus alega ter sido seguido dentro do shopping antes mesmo da abordagem, que aconteceu no interior de uma loja da Renner, no Ilha Plaza Shopping. Já no interior da loja, dois homens seguram Matheus o retiram da loja a força.
O rapaz é conduzido até um das escadas do shopping onde passa a ser agredido, longe da movimentação. No entanto, outros clientes que estranharam a ação foram até o local, onde filmaram tudo e esses vídeos circularam na internet.
A princípio, tanto a loja quanto o shopping alegaram que os dois homens não eram funcionários e teriam agido por conta própria. No entanto, a polícia conseguiu identificar os agressores, que são policiais militares, e descobriu que eles prestam serviço de segurança ao shopping.
Com a descoberta da Polícia, o Ilha Plaza Shopping voltou atrás e emitiu nota reconhecendo que os policiais são contratados de uma empresa de segurança que presta consultoria ao shopping. A informação já havia sido confirmada por outros funcionários do shopping.
DELEGADO DEVE ENQUADRAR COMO CRIME DE RACISMO CASO DO JOVEM AGREDIDO NO ILHA PLAZA
O jovem Matheus Fernandes, de 18 anos, que denunciou, na quinta (6), ter sido agredido por dois homens no Ilha Plaza quando ele teria ido na loja Renner trocar um relógio que havia comprado (+) pic.twitter.com/kCqX3scBA1— Ilha Notícias (@ilhanoticias) August 8, 2020
Durante a agressão na escada, que foi filmada, Matheus mostrou o relógio e a nota fiscal afirmando que não era ladrão. Os dois agressores, que são policiais e funcionários terceirizados do shopping, podem ser enquadrados por crime de racismo.
A Loja Renner afirmou que está a disposição da família de Matheus e cobrou, publicamente, que o shopping em questão assuma responsabilidade pelo caso. Os agressores prestaram depoimento à polícia. Matheus afirma que foi abordado pela cor da pele.