Casal do interior de São Paulo consegue liberação da justiça para cultivar cannabis destinada ao tratamento dos dois filhos autistas

As crianças já fazem uso do canabidiol desde 2019 e os laudos apontam as melhorias que o tratamento tem promovido. Os meninos foram avaliados no Centro de Atendimento Multidisciplinar da Defensoria Pública.

Apesar de seguir sendo um grande tabu para a sociedade brasileira, a cannabis, ou maconha como é popularmente conhecida, é uma opção terapêutica eficaz para vários distúrbios psicológicos, neurológicos e psiquiátricos.

É claro que não se trata de um uso livre e recreativo, mas é provado cientificamente que sob orientação médica, alguns extratos da erva podem oferecer excelentes resultados no tratamento de muitos problemas de saúde.

A humorista Cláudia Rodrigues, por exemplo, que sofre de Esclerose Múltipla, revelou recentemente que faz uso do óleo extraído da cannabis, o canabidiol. O depoimento da atriz revela os benefícios da substância. Relatos também apontam para o sucesso da erva no tratamento de Mal de Parkinson e autismo, apenas para citar alguns.

E é exatamente por conta desse último que um casal do interior paulista decidiu entrar na justiça para ter o direito de cultivar cannabis em casa. Pais de duas crianças autistas, de 7 e 10 anos, o casal conseguiu aprovação para plantar a erva.

As crianças já fazem uso do canabidiol desde 2019 e os laudos apontam as melhorias que o tratamento tem promovido. Os meninos foram avaliados no Centro de Atendimento Multidisciplinar, da Defensoria Pública, por um psicólogo.

A família alegou na justiça que não tem condições de manter o tratamento através da importação do óleo. Para se ter ideia, um frasco de apenas 30ml pode ter preços a partir de R$ 2,5 mil. Mas antes disso, a família tentou outras possibilidades.

Hoje, no Brasil, a Associação Abrace Esperança é a única organização autorizada a produzir o canabidiol, mas a demanda é alta e não é raro que falte produto, o que interrompe o tratamento de pacientes que não podem passar por interrupções.

Como último recurso, em busca do bem-estar das crianças, a família apelou na justiça pelo direito de cultivar a planta em casa e fazer a extração do óleo de forma caseira, e conseguiu. Em decisão unânime, a família conseguiu o direito de plantar cannabis sativa em casa, com a única e exclusiva destinação do tratamento dos filhos.

Escrito por

Roberta R

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