“Cara quieto” e “antissocial” são algumas das formas com as quais o procurador Demétrius Oliveira de Macedo é descrito por pessoas que o conhecem. De poucas palavras, ele trabalhava com a Procuradora-Chefe Gabriela Samadello, a quem agrediu brutalmente, por cerca de 10 anos.
Demétrius se formou em Direito no ano de 2010, pelo Centro Universitário Monte Serrat (Unimonte), e passou na prova da OAB já no ano seguinte. Ainda em 2011, passou a ocupar o cargo de procurador em Registro, São Paulo.
Em depoimento à polícia, Gabriela conta que tinha um relacionamento cordial com o agressor até o ano de 2018. Segundo ela, Demétrius chegava a participar de confraternizações da equipe da procuradoria, mas o perfil mudou a partir daquele ano.
Ainda segundo o depoimento, o comportamento de Demétrius teria mudado após ela, Gabriela, ter recebido promoção. Uma vez com cargo inferior ao da colega, Demétrius teria adotado uma postura mais quieta e grosseira.
“Não conversava com a gente, não dava ‘bom dia’, não cumprimentava na rua, não era colaborativo, não se integrava no trabalho. Era praticamente impossível um trabalho em grupo com ele“, relatou Samadello.
Um educador físico, que trabalha em uma academia que Demétrius chegou a frequentar até 2019, se mostrou surpreso com as imagens da agressão, mas corrobora a descrição de um “cara quieto”.
O profissional conta que chegava a ter conversas superficiais com Demétrius, mas que o procurador sempre foi muito “quieto” e que, na academia, “entrava mudo e saia calado”. Sobre as agressões, o educador, que não quis se identificar, demostrou surpresa mas afirmou que “um cara muito quieto, muito fechado, sei lá. É muito estranho“.
