A nomeação de Rolando Alexandre como novo diretor-geral da Polícia Federal tem sido criticada tanto a nomeação do próprio Ramagem. Pedidos em favor da suspensão da nomeação já foram protocolados e nada aponta para um momento mais atenuado. A tendência é que a atuação do novo diretor-geral permanece sob atenção extrema.
Uma das primeiras medidas adotadas por Rolando como novo diretor-geral da Polícia Federal foi a mudança na chefia do órgão no Rio de Janeiro. Carlos Henrique Oliveira, atual chefe da superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, foi convidado a ocupar uma posição menos efetiva, como diretor executivo do órgão. Carlos Henrique havia sido colocado na posição por Maurício Valeixo, exonerado por Bolsonaro.
A mudança na PF do Rio, claro, levantou muitas questões. A principal acusação contra Bolsonaro é a tentativa de interferir em investigações em andamento que possam ferir aliados. Em uma conversa divulgada por Sérgio Moro, Bolsonaro teria afirmado que um dos motivos para a saída de Valeixo era a proximidade das investigações contra deputados bolsonaristas. Outros que já foram alvos de investigação são os filhos do presidente.
No Palácio da Alvorada, em brevíssima declaração aos jornalistas, Bolsonaro afirmou que nenhum parente seu é investigado pela Polícia Federal e que não tem nenhum interesse na troca da superintendência da PF no Rio de Janeiro. Com uma folha representando a matéria da Folha de S. Paulo, que levantou as suspeitas, Bolsonaro chamou de “patifaria” a atuação da mídia e por diversas vezes mandou que jornalistas calassem a boca.
As palavras do presidente foram acompanhadas por manifestações de apoiadores presentes que se inflamaram junto a Bolsonaro ao longo da declaração. Um apoiador chega a chamar de “loucos” os jornalistas presentes. A hostilidade do presidente contra a imprensa vem sendo notada desde o período eleitoral. Há poucos dias, um jornalista foi agredido com socos e chutes durante uma manifestação onde apoiadores do presidente hostilizaram a imprensa.