As autoridades em saúde assistem apreensivas ao avanço da sarna humana em comunidades do litoral de São Paulo. Os casos começaram ainda no ano passado, em comunidades periféricas da cidade de Praia Grande.
Depois de reportagem do UOL, que chamou a atenção para o problema, a prefeitura articulou algumas medidas para conter o avanço da doença e chegou a comemorar os resultados. No entanto, a doença voltou a ter força agora.
Recentemente, um bebê de apenas 2 meses de idade precisou ser hospitalizado para lidar com a doença. A criança recebeu o diagnóstico de escabiose e não bastaria apenas os cuidados em casa, já que a doença estava avançada.
A escabiose, ou sarna humana, é causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei. Sozinha ela pode ser desagradável porque gera feridas pelo corpo, acompanhadas de coceira e secreção. No entanto, o risco da doença reside nos casos de novas infecções. Com as feridas abertas, os pacientes podem desenvolver infecções bacterianas e sofrer complicações graves.
Outro ponto delicado da doença são as marcas no corpo, que podem persistir mesmo após o controle da infecção. Isto é, mesmo depois de curados, os pacientes podem sofrer com estigma social porque muitas marcas permanecem.
Mães das comunidades paulista pedem socorro e denunciam a falta de ação do poder público. Isso porque, depois das intervenções do ano passado, a prefeitura encerrou as atividades. Muitas famílias enfrentam dificuldades para conseguir internações e denunciam que os medicamentos já não fazem mais efeito.