Moradores de um bairro em Contagem, Minas Gerais, estão há meses se mobilizando para que uma Igreja Evangélica da região passe a ajustar o volume das celebrações e cultos. Os moradores alegam que o volume das reuniões é excessivo e gera problemas.
Quem mais sofre com a situação é a família do jovem Felipe Silva, de 28 anos, que sofre com uma rara doença. Felipe tem esclerose tuberosa que, dentre outras coisas, gera uma sensibilidade a volumes muito altos e barulhos.
A família afirma já ter chamado a polícia 20 vezes até o local, inclusive registrado boletim de ocorrência. No entanto, nada parece resolver. A situação escalou para um estágio mais grave quando, no último dia 21, Felipe acabou sendo agredido por frequentadores da igreja.
Tudo começou quando Iago, irmão de Felipe, se aproximou em mais uma tentativa de fazer com que os responsáveis da igreja Redenção em Cristo, no bairro Funcionário, reduzissem o som. O pai dos jovens narra a situação.
“Felipe vinha saindo da nossa casa para ir na padaria com a minha esposa, nisso o Iago virou as costas, fez um gesto para a igreja, que não aprovo, mas independente disso não poderia ter feito o que fizeram. Todos saíram da igreja e foram em cima deles, e agrediram o Felipe em cima da calçada, inclusive quebraram o cartão alimentação“, explica.
Câmeras da rua flagraram toda a situação:
De um lado, a família reclama do som alto e cobra da Igreja ações para conter a poluição sonora. Do outro lado, o pastor Sirlei Silva alega que a Igreja está sendo alvo de intolerância religiosa. Ele afirma que não estava na igreja no momento da confusão, mas afirma que a Igreja tem sido alvo de ataques.
Quanto a Felipe, o pastor afirma que sabia da condição do rapaz, mas alega que não teve a chance de conversar com o membro da igreja que aparece nas filmagens partindo para cima dos irmãos.
Felipe, apesar da idade, não tem maturidade emocional e cognitiva de um homem adulto. Por conta de sua condição, ele chega a sofrer com crises convulsionais e esse é um dos motivos, alega a família, para o atrito com a igreja.
A família registrou boletim de ocorrência pela agressão. A família também entrou com processo na Justiça contra a Igreja por poluição sonora. A secretaria de meio ambiente afirma ter emitido auto de fiscalização, cobrando que a igreja adote medidas para diminuir o som.