Lola Aronovich é professora da Universidade Federal do Ceará e pesquisadora de assuntos de gênero, mais especificamente o tema misoginia, que é o nome dado ao “ódio as mulheres”. Desde que começou a estudar o tema, se tornou alvo de diversas ameaças vindas principalmente de homens que se incomodam com suas pesquisas.
Aronovich alega ter recebido um e-mail de Guilherme Alves Costa, 18 anos, suspeito que confessou ter matado Ingrid “Sol” Bueno. Sol, também jovem de 19 anos, era gamer profissional e atuava principalmente no jogo COD Mobile.
De acordo com as investigações, Guilherme agiu de forma premeditada e armou contra Ingrid, para ficar sozinho com ela. Eles se conheceram pela web e, no primeiro encontro, Guilherme matou a jovem.
ODIAVA TODA A FAMÍLIA
No e-mail escrito a Aronovich, segundo a pesquisadora, é claro o ódio que Guilherme supostamente sente por toda a humanidade, mas o ódio as mulheres é ainda mais acentuado. O rapaz, segundo análise da professora, tem dois ressentimentos profundos: o abandono do pai biológico, que não chegou a conhecer, e o fato de ser sustentado pela mãe, uma mulher.
“Ele fica muito incomodado por depender financeiramente da mãe —ao mesmo tempo, diz que é obrigação dela sustentá-lo. É um discurso contraditório”, explica a professora.
A professora conversou com o Uol, quando revelou ter recebido o e-mail. Ela não sabe se Guilherme enviou a mensagem ou se deixou pronta para que algum cúmplice a enviasse quando o crime fosse consumado.