Centenas de pessoas foram direta, ou indiretamente, afetadas pelo caos na saúde do Amazonas. Manaus, capital do estado e gargalo para o maior número de pacientes, viveu o pior do colapso e diversos pacientes decidiram compartilhar suas histórias.
Nilvana Cavalcante viveu dias de angústia e incerteza na capital amazonense. Aos 48 anos, ela contraiu covid-19 e precisou ser internada, mas as condições que encontrou no hospital, em Manaus, a deixaram angustiada.
Sem cilindros móveis de oxigênio, Nilvana não podia sair de seu leito para usar o banheiro, sendo obrigada a fazer suas necessidades na cama. O problema ainda tinha mais um agravante: no hospital, Nilvana passou 10 dias sem tomar banho.
Sobre a situação em Manaus, Nilvana foi categórica: “Falta gente para trabalhar, falta remédio e até faltou comida um dia”. Depois de chegar a Alagoas, ela classificou a situação como se tivesse deixado o inferno e chegado ao paraíso.
Nilvana acredita que poderia morrer se continuasse internada em Manaus. Ao chegar no novo hospital, sua primeira atitude foi tomar um banho e usar o banheiro para fazer suas necessidades. As simples atividades a deixaram renovada para continuar o tratamento.
Dois hospitais do Alagoas receberam 14 pacientes da capital amazonense. O estado tem precisado transferir dezenas de pacientes para desafogar o sistema de saúde, mas o número de novos infectados ainda é considerado muito alto e o estado não tem previsão de quando as coisas serão normalizadas.