Em publicação do Diário Oficial, a o Presidente da República confirma as nomeações de Alexandre Ramagem como diretor-geral da Polícia Federal e André Mendonça como novo Ministro da Justiça. As nomeações estão sob muita polêmica, em decorrência da maneira como as demissões dos ocupantes anteriores dos cargos aconteceu. A saída de Sérgio Moro atraiu muitos olhos e resultou em abertura de inquérito contra Bolsonaro.
André Mendonça, novo Ministro da Justiça, atuava como Advogado Geral da União e havia sido definido como “terrivelmente evangélico” por Bolsonaro, em 2019 – embora o presidente não tenha revelado nomes, na época, todos os olhares apontavam para Mendonça. Na vaga aberta por Mendonça na AGU, entra José Levi Mello do Amaral Júnior.
André Mendonça tem histórico de participação nas investigações contra corrupção e atuou em acordos de leniência com empresas e empreiteiras durante as investigações. No ano passado, em entrevista, Mendonça chegou a declarar que “não era hora” de criminalizar fake news. Mendonça é, de fato, evangélico e pastor da Igreja Presbiteriana Esperança onde atua ativamente em meio a comunidade.
A indicação de Mendonça esta sob forte desconfiança por parte de parlamentares e sociedade civil, mas a de Ramagem levanta ainda mais suspeitas, justamente porque o cargo ocupado por ele é um dos mais críticos em relação a saída de Moro do Ministério da Justiça. Quando anunciou sua demissão, Moro acusou o presidente de interferência nas investigações da Polícia Federal.
A nomeação de Ramagem, portanto, gera suspeitas porque o novo diretor-geral da Polícia Federal, órgão que realiza investigação contra os filhos do Presidente, é próximo de pelo menos um deles, Carlos Bolsonaro. A nomeação de Ramagem já gerou reação imediata por parte da oposição e também esta sob investigação do STF.
O PDT, Partido Democrático Trabalhista, bem como Marcelo Freixo, deputado federal pelo PSOL-RJ, entraram com ações para impedir que Ramagem assuma o cargo. Em ambas as alegações, esta presente a argumentação de que o novo diretor é próximo da família Bolsonaro e, por isso, não seria apto a ocupar tal cargo.