A relação de aparente amizade e parceria entre Sérgio Moro e Jair Bolsonaro acabou de maneira conflituosa e tensa. Depois de ser pego de surpresa pela exoneração do então diretor-geral da Polícia Federal, o ex-ministro Sergio Moro anunciou sua demissão da pasta e acusou o presidente Bolsonaro de crimes graves.
Augusto Aras, procurador-geral da União, pediu ao Supremo Tribunal Federal que fosse aberto inquérito para investigação dos supostos crimes de Bolsonaro, expostos por Sérgio Moro. Aras afirmou ainda que as declarações de Moro precisam ser investigadas porque ainda que não fossem verdadeiras, são graves e, de um jeito ou de outro, configuram crimes: ou dele, ou de Bolsonaro. A PGR ainda defende que Moro seja colocado em depoimento para esclarecer os fatos.
Texto da PGR aponta a possibilidade da prática de crimes de falsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia administrativa, prevaricação, obstrução de Justiça, corrupção passiva privilegiada, denunciação caluniosa e crime contra a honra.
RELEMBRE AS INVESTIGAÇÕES QUE ENVOLVEM A FAMÍLIA BOLSONARO
No caso do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), a investigação gira em torno do assessor Fabrício Queiroz, por transações que levantaram suspeitas da Coaf (hoje, Unidade de Inteligência Financeira). Segundo relatório, Queiroz movimentou cerca de R$1,2 milhões entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. O valor era incompatível com seus recebimentos e, além disso, foram observados transferências de 7 servidores que estiveram no gabinete de Flávio Bolsonaro. O caso foi descoberto por desdobramento da Lava-Jato e ficou conhecido como rachadinha.
Investigadores do caso acreditam que Flávio operou uma organização criminosa que faturava dinheiro público, que teria sido lavado em uma fábrica de chocolates, da qual Flávio possui parte na sociedade. Ainda é investigado se Flávio teria parte em milícia comandada por Adriano Nóbrega, ex-policial que foi morto em fevereiro.
Carlos Bolsonaro, por sua vez, vereador do Rio pelo PSC, vem sendo investigado pelo Ministério Público desde que foi descoberto que assessores de seu quadro de funcionários nunca haviam exercido a função. Dessa forma, Carlos também é investigado por um suposto caso de rachadinha. Carlos também é investigado por CPMI das fake news, onde seu irmão Eduardo também é investigado.