Devido a pandemia, muitas pessoas passaram a viver em situações críticas. O pedreiro José Carlos Corrêa, de 54 anos, é um exemplo disso. Por não ter mais trabalho, teve que morar na calçada. Ele conta, em entrevista ao Jornal Extra, que a rua não é lugar para se viver, mas foi o lugar que encontrou, o lugar que o acolheu.
Quando estava trabalhando, ele pagava todas as contas, mas agora, devido à covid-19, ele perdeu tudo e não tem como pagar as suas contas, então não teve escolha a não ser morar na rua. Isso tem acontecido com muitos camelôs, cozinheiros, porteiros etc que perderam seus empregos e passaram a ficar em situação de rua.
De acordo com o levantamento feito pelo Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos, da Defensoria Pública do estado, no Rio de Janeiro há cerca de 60 mil pessoas em situação de rua, conforme estipulado. A Prefeitura e o estado não tem um censo oficial, o último realizado foi em 2016 e relatava que havia 14 mil pessoas morando nas ruas da capital.
Mas, devido a pandemia, estima-se que, atualmente, na cidade do Rio de Janeiro, há mais de 17 mil pessoas em situação de rua. José Carlos, que morava na Zona Norte do Rio de Janeiro, mas precisou pegar suas coisas e ir para calçada, é uma dessas pessoas.
Antes do isolamento social, o homem conta que sempre trabalhava como pedreiro, tinha recursos para pagar todas as suas contas, mas agora não tem nada, a situação é terrível e a única escolha que teve foi a rua.
Carla Beatriz Maia, que faz parte da Defensoria Pública, relatou que o número de pessoas morando na rua aumentou muito e que está faltando uma política pública dos municípios para cuidarem desses indivíduos. Segundo essas pessoas, a rua foi a única opção.
Passar pelo Rio de Janeiro e ver famílias inteiras na calçada, com bolsas, malas etc é, infelizmente, o que muitos brasileiros estão passando devido à pandemia. Grande parte desses indivíduos vêm de comunidades carentes.
