No ano de 2019 uma mulher foi morta no Brasil a cada duas horas. O que também choca nesse número, que por si só já é de enorme indignação é que a maior parte desses óbitos são de mulheres negras.
Segundo o Atlas da Violência, que foi publicado nesta última quarta-feira (31), 3.737 mulheres foram vítimas fatais, das quais 66% delas eram negras. Sendo assim, os dados apontam que mulheres negras tem praticamente o dobro de chances de serem mortas do que uma mulher não negra.
O mesmo atlas indica também que na última década, ao menos uma pessoa negra teve pelo menos duas vezes mais riscos de ser morta do que qualquer outra. Essa foi a segunda maior diferença já registrada no mesmo período.
O Atlas da Violência é um indicativo primordial para saber como andam as mortes pelo país. É o resultado de uma análise demorada de atestados de óbitos de todo o país que são gerados no sistema de saúde nacional.
O estudo aponta também que o índice de morte entre mulheres reduziu, porém, a desigualdade racial de mortes tem aumentado. Em 2009 a taxa de mortalidade de uma mulher negra para uma não negra era de 48,5%. O feminicídio de mulheres não negras foi reduzido em 27%, e das negras aumentaram em 2%.
33% dos feminicídios aconteceram dentro das próprias casas. O estudo aponta que aconteceu um aumento desse tipo de assassinato dentro de casa.